A
presidente Dilma Rousseff optou por manter Márcio Fortes na Autoridade Pública
Olímpica em vez de nomeá-lo para o Ministério das Cidades. Com isso, resolve
duas questões de uma só vez: mantém a estrutura da autarquia criada para
gerenciar os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016 e evita um desgaste com
a bancada do PP, que não enxergava em Fortes um autêntico representante de
deputados e senadores. O nome do deputado Márcio Reinaldo (MG) permanece no
páreo, mas aumenta a cotação — com a simpatia do Palácio do Planalto — do atual
líder do PP na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PB).
Ribeiro
reuniu-se na quinta-feira com a ministra das Relações Institucionais, Ideli
Salvatti. Ele e o líder do partido no Senado — que acumula a presidência da
legenda —, Francisco Dornelles (RJ), foram escolhidos pelos parlamentares para
estabelecer o canal de diálogo com a presidente. O líder do PP retornou para a
Paraíba e volta a Brasília na próxima quarta-feira para uma nova rodada de
conversas. Para não parecer pretensioso, ele segue defendendo o nome de Márcio
Reinaldo. O partido quer sugerir pelo menos duas outras opções à presidente,
para que ela tenha liberdade de escolha para o substituto de Mário Negromonte.
Articuladores
do partido consideram o cenário ideal para a apresentação de uma lista composta
por senadores e deputados. Mas Dornelles já disse que não aceita a incumbência
e os demais nomes da bancada têm menos viabilidade — ou por pouco peso político
ou porque têm “telhado de vidro”. Sob essa análise, confirmam integrantes do
PP, Ribeiro tem grandes chances de tornar-se ministro, já que tem boa
interlocução tanto com a ministra Ideli quanto com a chefe da Casa Civil,
Gleisi Hoffmann, e a própria presidente Dilma.
Reunião
Caso
a presidente resolva de fato indicar o líder do PP na Câmara para o ministério,
a bancada de deputados terá que decidir quem assumirá a liderança do partido na
Casa. Aguinaldo Ribeiro foi reeleito recentemente para um mandato de um ano. O
atual vice-líder é o deputado Jerônimo Goergen (RS), mas não há certeza se ele
assumiria o cargo ou se uma nova eleição seria convocada.
Independentemente
da saída encontrada, o atual grupo que comanda a bancada permanecerá no
controle. O retorno de Mário Negromonte para a Câmara dos Deputados não vai
alterar o equilíbrio de forças. O grupo ligado a ele é minoritário no PP. A
maioria da qual Aguinaldo Ribeiro faz parte comanda o Senado com Dornelles e
também o partido, já que o senador fluminense é presidente da legenda. “Ele
(Negromonte) não conseguiu reverter a derrota (a eleição de Aguinaldo Ribeiro)
quando era ministro. Como ex-ministro, não tem qualquer força para virar o jogo
a seu favor”, disse um integrante da direção partidária.
Sede no Rio
A
permanência de Márcio Fortes na presidência da APO sinaliza, também, que Dilma
pretende fortalecer a autarquia. Até o momento, o órgão está pouco prestigiado
no governo federal. A estrutura é enxuta, mas será transferida em definitivo
para o Rio de Janeiro em abril. Na quinta-feira, Márcio Fortes teve uma longa reunião
na Casa Civil para discutir o projeto olímpico brasileiro.
Fonte: Paulo
de Tarso Lyra - Correio Braziliense
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