A expectativa do governo estadual é que os futuros conjuntos
habitacionais construídos pela secretaria de Habitação sejam cada vez mais
altos. Segundo o titular da Pasta, Silvio Torres, a tendência é verticalizar
cada vez mais os novos empreendimentos para moradia popular em São Paulo.
“Os terrenos são raros e caros. Antigamente, optava-se por
fazer condomínios horizontais ou com prédios de até quatro andares sem
elevador, que era componente de custo maior para a obra e para as famílias.
Hoje, isso é irrelevante diante dos preços das áreas para construção civil de
uma maneira geral. O próprio elevador atualmente é mais barato”, explicou o
secretário, em entrevista exclusiva ao Diário.
Em outubro de 2012, a Prefeitura de Santo André informou que
a cidade teria o primeiro edifício de interesse social com 15 andares e
elevador, construído pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e
Urbano) para atender famílias do Jardim Santo André. No entanto, até o momento,
o projeto não avançou.
Torres disse que edificação de prédios populares maiores não
ficará restrita ao Grande ABC. “A verticalização é uma tendência em todas as
regiões metropolitanas pelo mundo. Não está fácil encontrar terrenos de grande
proporção.”
De acordo com o secretário, na região, a cidade onde há
maior dificuldade para encontrar áreas é Diadema. “É a mais difícil porque tem
território menor (30,7 km² , maior apenas que São Caetano). Em Mauá também
encontramos problemas por conta da grande quantidade de famílias em áreas de
risco”, comentou.
ENTIDADES
De acordo com Torres, o governo estadual mantém bom diálogo
com movimentos em prol de moradia. “Oferecemos atendimento bem amplo às
entidades. Só na parceria com o Minha Casa, Minha Vida as instituições têm 10
mil unidades previstas, com boa parte em andamento. Também temos programas
próprios da CDHU, que atendem grupos organizados e cortiços.”
De acordo com o secretário, exemplo disso na região é a
parceria que será feita com a Prefeitura de Santo André para a construção de
1.000 moradias em terreno particular invadido pelo MTST (Movimento dos
Trabalhadores Sem-Teto) no Jardim do Estádio. O Estado vai arcar metade da
bolsa-aluguel oferecida a cerca de 200 famílias que serão removidas do local.
CASA PAULISTA
Torres também afirmou que o programa Casa Paulista, que
complementa em R$ 20 mil por unidade os projetos do Minha Casa, Minha Vida, já
assinou contratos para 40 mil residências em oito meses de existência. A meta é
concluir 100 mil unidades até o final do governo de Geraldo Alckmin (PSDB), que
termina em dezembro do próximo ano.
Fonte: Do Diário do Grande ABC