BRASÍLIA - O presidente do Instituto
para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), Flávio Rocha, afirmou nesta
quinta-feira, 27, que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, está
"impedido" de fazer uma "pura e simples prorrogação" da
atual redução do IPI para a linha branca. "Deve sair uma solução
intermediária", afirmou em referência à elevação da alíquota do tributo. A
alíquota menor de IPI para esses produtos vale apenas até o próximo domingo,
dia 30.
Depois de sair de reunião com
Mantega, Rocha afirmou que teve a percepção de que o dilema está entre o
comprometimento do governo com o ajuste fiscal e o desejo de manter a
competitividade dos itens relacionados no Programa Minha Casa Melhor,
recém-lançado para financiar móveis e eletrodomésticos para beneficiários do
Minha Casa Minha Vida.
Rocha falou ainda que as vendas do
setor tiveram prejuízo de cerca de 15% nas últimas duas semanas. Segundo ele,
um dos motivos é que as lojas passaram mais tempo fechadas devido às
manifestações populares realizadas no País. Ele afirma que os estabelecimentos
só ficaram abertos 90% do tempo que deveriam nesse período.
A vice-presidente do IDV, Luiza
Trajano, confirmou que o governo não deve prorrogar a redução de IPI para a
linha branca e móveis. Segundo ela, esse foi o sentimento dos empresários após
reunião encerrada com o ministro Mantega. "Não deve ter prorrogação pelo
que eu senti", afirmou a presidente do Magazine Luiza. "Acredito que
vai ter reajuste no IPI. O tamanho dele, eu não sei. Estou torcendo para ser
menor", disse. A empresária acrescentou que, se não houver a recomposição
total da alíquota do IPI de uma só vez, dá para o varejo segurar os preços.
De acordo com Luiza, o governo tem um
ajuste fiscal a ser feito, o que não deixa espaço para renúncia de receitas.
"Ele (governo) está muito ponderado porque o momento exige aperto fiscal.
Mas também precisa de consumo, porque sem consumo não tem emprego", disse
a empresária.
Segundo ela, o aumento do IPI pode
não chegar ao consumidor se o governo garantir que não haverá elevação de
preços dos insumos, como aço e madeira.
Luiza disse que durante a reunião os
empresários explicaram a situação atual do mercado, que teve queda nas vendas
nas últimas duas semanas porque as lojas tiveram que ficar fechadas por conta
das manifestações em todo o País, mas, por outro lado, os empresários entendem
que têm um trabalho fiscal a ser feito.
Luiza disse que, apesar disso, o
pleito do setor é de que não houvesse o aumento do IPI.
Ela disse que os empresários
trabalham no sentido de conseguir um pacto para que não haja impacto nos preços
dos produtos incluídos no programa Minha Casa Melhor. Esse programa do governo
financia a compra de eletrodomésticos como fogão e geladeira, com o compromisso
de um desconto de 5% no preço pelo varejo.
Fonte: Economia&Negócios
Fonte: Economia&Negócios
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