Depois de oito anos de gestões à moda tucana, ou seja,
marcadas pela falta de planejamento e transparência e descomprometidas com as
necessidades da maioria da população, a cidade de São Paulo começa a enfrentar
os problemas que representam enorme entrave ao seu desenvolvimento,
especialmente nas áreas de mobilidade urbana e habitação.
Na semana passada, o prefeito Fernando Haddad e a
presidenta, Dilma Rousseff, anunciaram o "PAC São Paulo", conjunto de
obras no transporte público, habitação e contra enchentes, com investimentos de
R$ 8 bilhões.
É o maior volume de recursos que a cidade já recebeu do
governo federal. Aliás, desde o início de seu mandato, o prefeito deixou claro
que investiria no diálogo e nas parcerias para elevar a taxa de investimento da
cidade à altura de sua importância para a economia do país.
A maior parte será destinada à recuperação de mananciais e
obras de drenagem (R$ 3,6 bilhões) e às ações para a mobilidade urbana, que
consumirão outros R$ 3,1 bilhões. Dentre as iniciativas previstas, está a
construção de 11 novos corredores de ônibus (cerca de 99 km) em zonas
essenciais da cidade e a instalação de mais terminais de integração, o que
poderá dobrar a velocidade do transporte público na capital paulista. Os
trechos recém inaugurados do corredor Norte-Sul, que passam pelo aeroporto de
Congonhas, aumentaram em quase 60% a velocidade média dos ônibus na região.
Estão previstas também a construção de 15 mil unidades do
"Minha Casa, Minha Vida", obras de contenção de área de risco, recuperação
de áreas degradadas, pavimentação, bem como equipamentos comunitários: creches,
escolas, hospitais, esporte, lazer e assistência.
Já estava mais do que na hora de recolocar São Paulo nos
trilhos, o que só será possível enfrentando os problemas atuais com novas
soluções urbanísticas de moradia e de convivência. Também a atenção ao
transporte público, apontada pela própria população como prioritária, nas
diversas manifestações ocorridas em junho, é um passo decisivo para começar a
combater a distribuição desigual do espaço urbano e a marginalização da
população que mora nas periferias.
Será fundamental nesse processo a implementação do Arco do
Futuro, eixo estruturador das políticas de desenvolvimento urbano, econômico e
social da atual gestão, cujo objetivo maior é reverter a relação desequilibrada
entre a periferia e o centro, levando oportunidades de trabalho e equipamentos
públicos para locais onde se concentra a maior parte da população.
O momento atual do Brasil pede avanços. E esses avanços dependem
necessariamente do enfrentamento de problemas de mobilidade e moradia, que
impactam diretamente o fluxo de trabalhadores e mercadorias, a produtividade, a
qualidade de vida e a inovação. Investir nesses avanços, tendo a cidade de São
Paulo à frente, dada sua dimensão e a complexidade de seus problemas, é um
desafio inadiável.
É evidente que há um longo caminho a ser percorrido até que
as obras se concretizem e revertam o caos em que São Paulo foi lançada durante
os últimos anos de gestão tucana. Mas o "PAC São Paulo", sem dúvida,
ajudará a traçar os contornos de uma cidade mais equilibrada e menos desigual,
com mais oportunidades e melhor qualidade de vida para todos os seus cidadãos.
José Dirceu -
Advogado, ex-ministro da Casa Civil é membro do Diretório Nacional do PT
Fonte: Brasil Econômico
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