A Associação Nacional para Inclusão
Digital (Anid) vai ampliar o piloto iniciado na Paraíba que consiste em levar
redes de fibra óptica até as residências do programa federal para moradia
popular "Minha Casa Minha Vida". A meta é conectar com a tecnologia
600 moradias em cada um dos lugares.
A iniciativa da associação pretende
demonstrar que as famílias de baixa renda têm disposição de contratar um
serviço de banda larga rápida e, principalmente, que este é um negócio que pode
gerar retorno financeiro, se oferecidas as condições de mercado adequadas. "No
piloto que fizemos na Paraíba, temos fila de espera para a ativação do serviço.
As famílias contrataram o pacote de 5Mbps por 59,90, compraram computadores. Há
grande interesse", afirmou Percival Henriques de Souza, atual presidente
da Anid.
A viabilidade econômica para que o
próprio mercado ofereça o FTTH, ou outra tecnologia de banda larga rápida, em
conjuntos de moradia popular, no entanto, estaria condicionada a uma política
de financiamento adequada. Atualmente, os pequenos provedores de internet têm dificuldade
de acessar as linhas de crédito disponíveis no mercado local porque exigem um
bem (imóvel, terreno) como contrapartida, algo de que não dispõe a maioria dos
4 mil provedores de Serviços de Comunicação Multimídia (SCM) do país. Nesse
caso, a proposta da Anid é criar um modelo de financiamento que tenha como
garantia de crédito a própria rede.
"Se o provedor quebrar, pode
transferir a rede para o banco, ou para a Telebras. Para isso, o fundo poderia
exigir algumas especificações para que houvessem garantias de valor da
rede", defende Henriques. Para o físico e bacharel em direito, o nível de
valorização de uma rede, logo após sua instalação, fortalece seu argumento:
"logo após a constução de uma rede de fibra, você pode vender até por
quatro vezes o valor de custo".
Outra prerrogativa para que uma
política de financiamento para a construção de redes de banda larga tenha
sucesso é a carência de pelo menos dois anos para o início da quitação.
"Leva um tempo para o provedor obter retorno financeiro. Ele precisa
comprar os equipamentos, montar a rede e então buscar os assinantes",
declarou Henriques, lembrando que este é o tipo de prática corriqueira no
mercado financeiro.
Para a Anid, a criação de uma linha
de financiamento específica para construção de redes de telecomunicações por
pequenas e médias empresas depende de vontade política, algo que tem se
observado nesse governo. Segundo Henriques, duas consultorias foram contratadas
pelo Ministério das Comunicações para avaliar a criação de programas de crédito
voltados para o desenvolvimento do setor.
A associação realizou nesta
quarta-feira (18), em São Paulo, seu VI Encontro Nacional, que contou com a
participação do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e do secretário de
Telecomunicação, Maximiliano Martinhão.
Fonte: TeleSíntese.com
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