A presidenta Dilma Rousseff e o prefeito de São Paulo,
Fernando Haddad, anunciaram nesta quarta-feira na capital paulista, a
destinação de R$ 8 bilhões para mobilidade urbana. "É a primeira vez que
anunciamos de forma concentrada esse montante de recursos. E anunciamos a
possibilidade de essas obras ocorrerem em curto prazo", destacou a
presidenta.
Haddad ressaltou a importância da parceria com o governo
federal. "Testemunhei o esforço em feito pela Federação em proveito dos
investimentos necessários para melhoria das condições de vida da população e
das cidades, contemplando estados e municípios com muitos investimentos".
De acordo com o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro,
serão destinados R$ 3 bilhões exclusivamente para corredores de ônibus e
terminais de integração. Além disso, um total de R$ 1,4 bilhão será destinado
para drenagem, R$ 2,2 bilhões vão para recuperação de mananciais e R$ 1,5
bilhão para construção de moradias do Programa Minha Casa, Minha Vida.
"Estamos colocando R$ 1,5 bilhão em moradias do Minha
Casa, Minha Vida, beneficiando 20 mil famílias. Viabilizar moradias dignas para
a população é o que distingue obras sustentáveis de obras não
sustentáveis", reforçou Dilma.
A presidenta destacou que os investimentos na melhoria dos
mananciais de água contemplam a recuperação das represas Billings e
Guarapiranga, complementando investimentos. Ela ressaltou que as obras de
drenagem garantem a mobilidade do cidadão no município.
Dilma lembrou ainda que o governo desonerou a folha de
pagamento das empresas de transporte coletivo, o que gerou 7,23% a menos no
custo das tarifas. "Estamos propondo uma reunião de todos os setores da
mobilidade urbana para discutir a planilha de custos, que precisa ser revista,
pois é antiga."
O ministro das Cidades destacou que esses investimentos
refletem "os que as ruas apontavam, mas que o seu governo (da presidenta
Dilma) já trabalhava nisso". Ribeiro fez referências às manifestações
ocorridas em junho, que começaram em São Paulo com a reivindicação da redução
da tarifa de transporte público. Os protestos se espalharam para diversas
cidades no País. Ele informou que 30% dos R$ 89 bilhões em investimentos em
mobilidade urbana no País estão na capital paulista.
Segundo Haddad, é difícil investir porque há obstáculos
institucionais, leis, órgãos de controle e ritos que devem ser seguidos.
"A maior frustração é anunciar um empreendimento e não vê-lo se realizar.
O maior desafio hoje pra a administração pública é colocar os interesses os
cidadãos acima dos interesses partidários, deixar divergências do período
eleitoral", disse. "Fizemos parcerias com o governo do estado e
estamos anunciando aqui talvez o maior pacote de medidas na área de mobilidade
urbana", completou.
O prefeito disse ainda ser um erro acreditar que, por São
Paulo ser uma cidade de grandes dimensões e de importância para ao País, não
precisa de investimentos ou parcerias. "O maior equívoco do passado foi
acreditar que nossa grandeza nos dava a possibilidade de isolamento. Temos que
nos alinhar, buscar parceria para crescer ainda mais, porque o sucesso de São
Paulo faz parte do sucesso do Brasil e vice-versa".
Fonte: Terra, Agência Brasil
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